31.3.07

mesa de bar #1

samba e choro, cantoria.

a situação da vila emater do ponto de vista do pessoal do ponto de cultura "Guerreiros da Vila" está complicada.

Os meninos moram no lixão e vão lá pra sede terem aulas de circo, dança e outras atividades. Mas o mundo lá fora não é fácil. A maioria não aprendeu a ler nem a escrever, e há mais de um ano que o pessoal tenta arranjar uma pia, uma sala, um quadro negro e um bebedouro de água para as crianças se alfabetizarem. coisa simples, professores já confirmaram, e nada. é foda. segunda nandinha, vão desativar o lixão logo logo, e aquela população alí, presenteada com tanta fedentina e uma visão do paraíso do mar da jacarecica vai ser provavelmente expulsa da terra e da montanha de lixo que tanto cuidaram com carinho, sendo catadores de lixo. Alvo de um futuro parque e da escroticie imobiliária que quer porque quer pegar aquele terreno para a especulação e vendas - tamanha vista pro mar.

As idéias sugeridas por ela foram:
- regulamentação da profissão de catador de material reciclável
- criação de cooperativas com equipamentos/estrutura para reciclagem

os catadores de lixo cumprem um papel importante no dia-a-dia, sem dúvida a situação do lixão estaria bem pior e sabe-se lá o que seria de nosso litoral se eles não trabalhassem. a verdade é que famílias e famílias vivem daquilo alí, no entanto o lixo reciclável é mandado para uma empresa em recife. quanta bobagem e falta de vontade política de dar um destino diferente àquela comunidade: implantar um sistema de reciclagem dando possibilitade de eles se autosustentarem, ao mesmo tempo que gerariam mais renda para o estado, afinal lixo é dinheiro, e o papel ecológico social de ajudar a "diminuir " o lixo do lixão. porra é foda. dentre isso, os catadores continuam em sua labuta sem ter direitos trabalhistas, previdenciários e etc.

enfim. e assim, eu acho que esse blog vai virar um caderno de anotações, de idéias que possam mudar o mundo ao meu redor.

=)

14.3.07

tentativas de haicais frustradas


Pó de serragem
Contra o enxame de mosquitos –
Anoitece agora.



mine:

te perguntas o que foi isso?
um vinho do porto
que veio com o vento
e uma paixão de levinho
voando aqui dentro

===================

o verde cai bem,
e tantas outras cores
se adivinhar o prisma das invertidas cores,
descobrirás os meus amores

==================

eu queria poder voar
feito um passarinho
daqueles pequeninhos
ver o sol e ver o mar
escolher tudo sozinho

==================

quando saio pelas ruas
tanta miséria tanta amargura
mas meus pés só buscam doçura

==================

o mar é um elo
é verde
conjugação
de azul e amarelo


27.1.07

mais um sábado

solitário pela avenida
o gato preto miava
não consegui pensar em nada,
mas ao passar por ele dei boa noite
apesar de já ser madrugada

parei ao seu lado pra curtir mais um pouco
o vazio daquela hora
parece que na rua deserta
o amor não dói
a morte demora em chegar
o ódio é esquecido
a vida entra em latência

estavamos bem vivos eu e o gato
a hora era daquelas frias
pus ele no meu colo
e lhe contando coisas que queria me desfazer
fiz lhe carinhos nas orelhas

pensei bem,
porque dizer ao pobre de um bicho
que mal sabe de sua existência
que aqueles que se sabem
ao tentar descobrir saídas
entram em eterno conflito
...
poupei ele,
bichos são bichos
homens são homens
bichos não sofrem, bichos não sentem
homens se enganam, inventam de sentir
ele o gato se aninhou em meu colo,
pois bichos procuram fazer o que é certo
eu homem pensei que ele estava me entendendo
pois homens insistem em humanizar
toda a sorte de coisas,
que existam sobre o chão.

14.1.07

...

I do tell 5:

esta tua fria calma
sempre quente demais
se mostra no vermelho que tu lanças
no teu corpo contigo, preso sem castigo

tua demora me faz curiosar
será?
aí ascendente conclusão
que venha cair na na hora certa
já que o poço daqui já está cheio
de uma tal música chamada tristeza
a ficar escutada aos perfumes que nunca cessam
de cantar sobre o futuro, como se existisse lá
pelor ar que corre quente nas narinas

numa meia lua de pessoas
cantou-se alguma resposta nova
sem ter som, nem cheiro, nem cor
só expressão de proximidade
tu cá, ela aqui, eu do lado
elas cá, que seja finas assim

responda brevemente pois por mais ansioso
que eu não tente ser,
o conhecer as coisas tem que ser conquistado
no mais tardar não podem ser esperadas

11.12.06

7.5.06

liberdade pra o barco navegar

e assim me sinto após uma viagem de 5 dias pra aqui perto pra cima. 6 horas depois da minha cidade. a proposta era ir pra aprender mais sobre o curso universitário que sou novato. até aí tudo bem.

mas levei uma avalanche de tapas na cara cheios de sentimentos e expectativas e sensações novas que antes não existiam.

conviver com pessoas do acordar, ao último beck antes de dormir, e após 5 dias não ver mais. poxa... ao mesmo tempo que foi bom demais me deu saudade demais de pessoas, principalmente de gente que ficou lá mesmo em joão pessoa e que subiram mais ainda pra fortaleza...

foi.

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu não sei quem sou

Eu escrevo e te conto o que eu vi
e me mostro de lá pra você
guarde um sonho bom pra mim


...

preciso de estradas.
a song of the open road que o whitman escreveu certa vez tá batendo cada vez mais forte nos meus pés...

26.4.06

despedida.

ouvir sons acelerados de post rock.
uma gaita, uma gaita de fole, um violino e uma bateria
iradíssima.tentar correr nos pensamentos.
aeroporto, adeus, são paulo. vai, vai embora.

indo embora, é partir pra outra.
tudo é muito simples, o que eu não curto é chorar.
nem ter gastrite. medo, blé. cartas que não eram
entregues vão ter que ser agora. pra tu ter o que
ler no landing in sampa.

rapaz, eu acredito que o sentimento é algo do mais
importante dentro da gente. e toma conta assim. que
um folha caindo, uma estrela-cadente vista, o mar,
o vento ou mombojó sendo ouvido me fazem lembrar disso.
disso que senti avec toi.

é não olhar pra trás. e deixar de ler caio fernando abreu. =~~
por enquanto.

25.4.06

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro fica assim pensando
Assim pensando o tempo passa
E a gente vai ficando pra trás
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento
Desde o ano passado
Para o mês que vem

...

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro está esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo
Espera alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar
Mas pra que sonhar
Se dá o desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás
Quer ser pedreiro pobre e nada mais
Sem ficar esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando aumento para o mês que vem
Esperando um filho pra esperar também
Esperando a festa
Esperando a sorte
Esperando a morte
Esperando o norte
Esperando o dia de esperar ninguém
Esperando enfim nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita
Do apito do trem
...
;

acho que algo está acontecendo. algo novo =]
é como um vento batendo, trazendo d'algum canto aqui que se já esperava.
esperando, esperando...

escrever?

é, minha forma de escrever passa longe de ser algo que se possa entender assim de cara.
na verdade se eu fosse escritor ficaria naquele lado surreal e instantaneo de jogar tudo o que vem ao mesmo tempo da mente pro papel sem se preocupar com capítulos, páginas, paragrafo ou pontuação. vida é vida.

junkie2


aí aí. na moral.
os guris e gurias por aí perdem tempo com pouco.
noel. lingua azul. perdi talvez meu tempo.
acordar com os olhos inchados e aquela preguiça nas pernas.
vida acadêmida que não bate mais forte, coração que quer chão de areia: mar, sombra e nuvens por lá.
decisões. ter que se decidir. ...
mas é tão legal quando as coisas que você dava muita importância mas te causavam agonia deixam de brilhar forte e mostrar como se faz isso na sua frente.

junkie

é. sobre o efeito agora.
ouvindo muse, lembra radiohead.
vontade de falar.
vou falar.
agora.
medo. adrenalina e no pause um foda-se.
medo.
amém, ave lucife.

velhos compram com medo, das mãos do bilheteiro as entradas do trem fantasma,

22.4.06

¬¬

odeio certos tipos de trocas.
algo que te cativa e te deixa.
acho que eu não trocaria ninguem assim.
mandaria pessoas a merda, e falava, se ele não for eu não vou.
falou.

porra, sempre me vejo num buraco de contradições.
é sempre alguma coisa hahaha. as pessoas mais descoladas e
sem problemas com quem convivo porém não me despertam
nada de amor ou de sei lá.
será que é insistir no erro? ou dar risadas bobas meio desesperadas
pra não perder o clima do momento.

eu ri, mas uma hora tava achando tudo babaca.
e um saco. e o papo que só girava em torno de uma coisa.
...

odeio o fato d'eu me importar com a liberdade dos outros,
e não ligar no agora e mandar alguem à casa do caralho.
pensar depois não vale.

mas teve o lado bom, o caminho foi mudado, outras pedras
chegaram e locais bons surgirão. é a vontade de querer estar
perto que morre assim nesses atos. é melhor =]

20.4.06

primeiros dias de ufal, vamo nessa...

ainda tô mei assim. quer dizer, desde 2004, quando terminei o 3 ano que to meio assim...

tudo começou com amigos que descobriram a literatura. depois a arte, depois redescobriram os vinis antigos em casa do vinicius de morais e toquinho, e veio chico buarque, e depois adorno, e veio a arte, e veio sei lá mais o quê.

uma arvore que foi se plantando no chão. as raízes foram postas num solo meio ácido. acho que esse tal ph são as convenções. agente se criou de outra forma.

aí no terceiro ano vem um professor fodao de filosofia e historia.
formado em hist. na usp. fugiu de lá porque irritou os conservadores da usp e veio pra cá. o baixinho coroa transformou poucas cabeças naquele
bloco de pedra.

foi choro por crise existencial. e agora sem saber em qual dos buracos é menos doloroso de se existir aqui nessa vida.

por enquanto escutar mutantes na vitrola me relaxa e me anima =]
é o passado voltando na vida de quem vai continuando. dizem que é assim né. tudo re-re-voltando.

1.3.06

tô ouvindo tom zé. abre muito a cabeça sobre o amor.

paradoxal prazer // apologia do sofrer// chorar é coisa do amor// amor é coisa do coração// o coração é do sonhar// sonhar este chorinho chorar...

é complicado pra mim. se tu ver só o título de meu blog e ler o que tem aqui tu vai me sentir por tudo. eu não sei qual será a tua reação.

penso que se o coração bateu ao te ver não foi por acaso. e se o teu se iluminou comigo, e tu andas ao meu lado, é porque algo há de ser. as coisas vêm e vão. estaria melhor acostumado se eu não gostasse de ti. mas agora queria pra mim. estar perto. conversando. fumando os que você faz e eu destravo.

tu é de minha idade. mas não passou por coisas que eu já. eu me permiti. mas eu quis. quem não quiser não tem que o fazer. não queria te assustar. já pensou te falar detudo, o que aconteceria? murro no rosto, tchau na amizade, adeus e alô no outro dia, conversar toscas, discussão. não vou dizer que tenho medo porque isso não vai acontecer. que seja natural. pra que aconteça perfeito. ou equilibrado, como você preferir.

28.2.06

...cenas de um filme inglês

Faço questão de te ter aqui
Apesar de não me quereres mais
Meu coração de jasmim avulso
Tá embrulhado pra você no cais

Chocolate minha xícara no caminho dos teus lábios
Um navio anunciando que estamos separados

Se algum dia você volta minha casa não terá cerveja
Beberemos do sorriso que não estava nesta mesa

abri esse blog pra ter aonde jogar coisas minhas.
nas nuvens de tua casa eu fico feliz.
um dia muito especial foi aquele. que ficamos pra ver o dawn. o sol nascendo. o céu estava lindo. acho que a natureza estava nos rendendo. nos dizendo que o amor é maior apesar de todas as coisas. distancia, posição social, idéias. pois mesmo que não notes, tu parece me amar. e estar junto à mim quando queres.
eu não sabia qual a proporção de um olhar desconhecido iria tomar dentro de mim. o lugar e o momento e a ocasião não precisam ser citadas. simplesmente você apareceu. do nada. ou foi eu que apareci. sei que pedi mudanças. elas foram vindo ao longo do tempo. na última fase delas você chega.

--> tô ouvindo sigur ros agora. a música me é muito importante. tem coisas que me deixam mais sensiveis à escrita.

e chegou de uma forma estranha. eu não te notei. notei quem estava contigo. perto de ti. a partir disso, seu olhar se voltava pra mim. eu era o diferente. éramos de mundos diferentes. trocavamos palavras poucas. se significância prática. de cabeça baixa e olhar fixo num ponto notei tu olhando pro lado às vezes. e assim o foi.

teu sorriso e teu olhar me derrubaram de leve.
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eram 3 da madrugada. eu bebera 2 cervas e você estava sonolenta. chama pro quarto. vamos lá. eu não queria dormir. vou reinar nos seus livros. você me chama pra deitar na cama, e conversar. pego um livro especial. começamos a ler juntos. naquele momento percebi que por maior que fosse minha vontade de estar contigo, estar ao teu lado já supria muito, e que eu queria ser teu amigo.

aquele momento foi mágico. viajamos pelas palavras do garcia marquez. no final, você me jogou pro chão. e eu fui dormir.

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